Nos últimos anos, Python se tornou uma das linguagens de programação mais populares entre profissionais de dados, tanto por engenheiros de software como por cientistas de dados.

Um dos fatores que torna o Python uma escolha tão atrativa é a ampla gama de bibliotecas que disponíveis. Essa popularidade não se deve apenas à quantidade de recursos oferecidos, mas também à simplicidade da sua sintaxe, que facilita o aprendizado e acelera o desenvolvimento de soluções, ideal para análises rápidas e prototipações.

Neste artigo, exploramos dez das bibliotecas python mais importantes para análise de dados, apresentando exemplos de aplicação dessas bibliotecas e o motivo pelo qual cada uma é relevante para os profissionais da área.

 

O que é Python?

Python é uma linguagem de programação de alto nível, muito utilizada em diversas áreas, como desenvolvimento de software, automação, inteligência artificial, e, principalmente, análise de dados.

Sua popularidade se deve, em grande parte, à sua sintaxe clara e intuitiva, que facilita tanto a aprendizagem quanto a implementação de soluções complexas. Python oferece uma vasta gama de bibliotecas e frameworks que permitem que profissionais lidem com problemas de maneira prática, sendo uma escolha ideal para cientistas de dados, analistas de BI e engenheiros de software.

 

O que são Bibliotecas Python?

Bibliotecas Python são coleções de módulos e funções pré-escritas que facilitam a programação. Elas oferecem ferramentas específicas que podem ser reutilizadas em diferentes aplicações, eliminando a necessidade de escrever código do zero para tarefas comuns.

No contexto da análise de dados, essas bibliotecas fornecem funcionalidades para manipulação, visualização e modelagem de dados, permitindo que os profissionais desenvolvam soluções rápidas e escaláveis. Usar bibliotecas economiza tempo e garante maior confiabilidade ao código, já que muitas delas são mantidas por comunidades ativas e utilizadas por milhares de desenvolvedores ao redor do mundo.

 

Principais Bibliotecas Python para Análise de Dados

Python oferece uma ampla variedade de bibliotecas que são ideais para análise de dados. Cada uma dessas ferramentas desempenha um papel específico na jornada de transformar dados em conhecimento valioso. Abaixo, exploraremos as bibliotecas mais importantes e como elas podem ser utilizadas em projetos de dados.

1. Pandas

Pandas é, sem dúvida, uma das bibliotecas mais usadas em análise de dados. Imagine que você tem uma planilha gigante de dados financeiros e precisa filtrar apenas os valores dos últimos cinco anos. Com o Pandas, essa tarefa se torna direta e eficiente.

A biblioteca fornece duas principais estruturas de dados: Series e DataFrame. A Series representa uma lista unidimensional de valores, semelhante a uma coluna em uma planilha. Já o DataFrame é uma tabela bidimensional, semelhante a uma planilha inteira, o que permite lidar com dados tabulares de forma simples.

Por exemplo, suponha que você tenha dados de vendas armazenados em um arquivo CSV. Com apenas algumas linhas de código, você pode carregar os dados, filtrá-los, realizar cálculos estatísticos ou até mesmo criar novos indicadores. Isso facilita o trabalho que antes poderia levar horas em softwares de planilha.

 

import pandas as pd

# Carregar dados de um arquivo CSV
df = pd.read_csv(‘vendas.csv’)

# Filtrar dados de 2023
df_2023 = df[df[‘ano’] == 2023]

print(df_2023.head())

A simplicidade do Pandas torna ele essencial, especialmente ao manipular grandes volumes de dados e criar visualizações rápidas.

➡️ Link da documentação.

2. NumPy

NumPy é a base para muitas das outras bibliotecas de Python para análise de dados. Ele fornece suporte a arrays multidimensionais e uma vasta gama de funções matemáticas para operações com esses arrays. Pode parecer que os arrays do NumPy sejam apenas listas melhoradas, mas a diferença está em sua eficiência.

Vamos imaginar que você precise calcular a média de milhões de valores. Usar listas convencionais do Python poderia levar muito mais tempo e consumir mais memória do que utilizando o NumPy. Por isso, se você está lidando com grandes volumes de dados, esta biblioteca pode ser uma ótima aliada.

Um exemplo simples de uso do NumPy:

 

import numpy as np
# Cria um array de valores
valores = np.array([10, 20, 30, 40])
# Calcula a média\media = np.mean(valores)
print(media)

Essas operações são rápidas e ocupam menos espaço em memória. Isso é essencial quando estamos lidando com conjuntos de dados enormes.

➡️ Link da documentação.

3. Matplotlib

Depois de explorar e transformar seus dados, é hora de visualizá-los. Matplotlib é a biblioteca padrão para criação de gráficos em Python. Em um cenário onde você precisa convencer a equipe de gestão sobre uma tendência de aumento de vendas; nada mais eficaz do que um gráfico que ilustre isso.

Matplotlib permite criar gráficos de linha, barras, histogramas e muito mais. A flexibilidade é seu ponto forte. Você pode personalizar quase todos os aspectos de um gráfico, garantindo que a mensagem que deseja transmitir seja clara.

 

import matplotlib.pyplot as plt
# Dados fictícios de vendas
anos = [2019, 2020, 2021, 2022, 2023] vendas = [1500, 1600, 1800, 2200, 2600] # Criar gráfico de linha
plt.plot(anos, vendas)
plt.xlabel(‘Ano’)
plt.ylabel(‘Vendas’)
plt.title(‘Tendência de Vendas ao Longo dos Anos’)
plt.show()

Com apenas algumas linhas de código é possível transformar dados brutos em uma história visual que impacta seu público.

➡️ Link da documentação.

4. Seaborn

Enquanto o Matplotlib fornece a base para visualização, Seaborn eleva o nível de sofisticação dos gráficos.

Por exemplo, com o Seaborn é muito simples criar um “heatmap” para visualizar correlações entre variáveis em um conjunto de dados. Neste exemplo, ao tentar encontrar relações entre diferentes variáveis em um enorme conjunto de dados financeiro, um heatmap facilita muito essa análise.

 

import seaborn as sns
import pandas as pd
# Gerar heatmap de correlação
df = pd.read_csv(‘dados_financeiros.csv’)
sns.heatmap(df.corr(), annot=True)
plt.show()

Seaborn é particularmente útil quando se trata de visualizações estatísticas mais complexas, tornando-o uma ferramenta que complementa bem o Matplotlib.

➡️ Link da documentação.

5. SciPy

SciPy complementa o NumPy com um conjunto mais abrangente de algoritmos matemáticos e científicos. Se você já precisou fazer uma regressão, transformar dados ou resolver equações diferenciais, SciPy será de grande ajuda.

Considerando que você esteja trabalhando com um conjunto de dados de sensores e precisa ajustar uma curva para encontrar um padrão, o SciPy fornece ferramentas poderosas para realizar este tipo de ajuste.

 

from scipy import stats
# Gerar alguns dados
x = np.array([1, 2, 3, 4, 5])
y = np.array([2, 4, 5, 4, 5])
# Ajuste linear
slope, intercept, r_value, p_value, std_err = stats.linregress(x, y)
print(f’Coeficiente angular: {slope}, Intercepto: {intercept}’)

SciPy é amplamente usado em aplicações científicas e financeiras, onde análises matemáticas mais aprofundadas são necessárias.

➡️ Link da documentação.

6. Scikit-Learn

Quando falamos de machine learning em Python, Scikit-Learn é a biblioteca que se destaca. Ela oferece uma vasta coleção de algoritmos prontos para serem aplicados aos seus dados. Um cenário prático seria uma situação onde você precisa construir um modelo de previsão para entender o comportamento de clientes, como classificar se um cliente vai ou não comprar um produto.

Com Scikit-Learn, é possível aplicar algoritmos de classificação, regressão, clustering, entre outros, de forma simples.

 

from sklearn.model_selection import train_test_split
from sklearn.linear_model import LinearRegression
# Carregar os dados
df = pd.read_csv(‘dados.csv’)
X = df[[‘idade’, ‘renda’]] y = df[‘comprou’] # Dividir os dados em treino e teste
X_train, X_test, y_train, y_test = train_test_split(X, y, test_size=0.2)
# Treinar o modelo
modelo = LinearRegression()
modelo.fit(X_train, y_train)

Scikit-Learn torna mais acessível a aplicação de modelos preditivos, permitindo avançar com análises que fornecem insights valiosos para o negócio.

➡️ Link da documentação.

7. Statsmodels

Statsmodels é a biblioteca ideal para realizar análises estatísticas aprofundadas. Diferente do Scikit-Learn, que foca mais em aplicações de machine learning, Statsmodels se concentra em modelos estatísticos clássicos, como regressão linear, modelos ARIMA e muito mais.

Imagine que você queira entender como diferentes fatores afetam as vendas de um produto. Com Statsmodels, é possível construir um modelo explicativo e avaliar a influência de cada variável.

 

import statsmodels.api as sm
# Ajustar um modelo de regressão
y = df[‘vendas’] X = df[[‘preco’, ‘marketing’]] X = sm.add_constant(X)
modelo = sm.OLS(y, X).fit()
print(modelo.summary())

Statsmodels é a escolha certa para análises onde a interpretação dos coeficientes e a significância estatística são fundamentais.

➡️ Link da documentação.

8. TensorFlow

Embora muitas pessoas pensem no TensorFlow apenas como uma ferramenta para deep learning, ele também pode ser usado para análise de dados. Sua flexibilidade e escalabilidade o tornam uma boa escolha quando você está lidando com grandes volumes de dados e precisa construir redes neurais complexas.

Em um cenário onde seja necessário desenvolver um sistema de recomendação que entenda preferências de usuários em uma plataforma, o TensorFlow ajuda a criar modelos poderosos que conseguem capturar padrões complexos nos dados.

 

import tensorflow as tf
# Criar um modelo simples
modelo = tf.keras.Sequential([
tf.keras.layers.Dense(10, activation=’relu’),
tf.keras.layers.Dense(1)
])
modelo.compile(optimizer=’adam’, loss=’mean_squared_error’)

TensorFlow é amplamente usado em soluções de IA que vão além da análise de dados tradicional, ajudando a resolver problemas que envolvem grandes volumes de informação e complexidade.

➡️ Link da documentação.

9. PySpark

Para quem trabalha com big data, PySpark é uma ferramenta essencial. Imagine um cenário em que você tem terabytes de dados de log de servidores e precisa analisar padrões de acesso. PySpark, a interface Python do Apache Spark, permite processar esses dados em paralelo, aumentando a eficiência.

 

from pyspark.sql import SparkSession
# Criar uma sessão Spark
spark = SparkSession.builder.appName(‘AnaliseBigData’).getOrCreate()
# Carregar um dataset
df = spark.read.csv(‘logs.csv’, header=True, inferSchema=True)
df.show()

A biblioteca torna o trabalho com grandes volumes de dados muito mais eficiente e é essencial em ambientes onde o volume de informação excede a capacidade de ferramentas tradicionais.

➡️ Link da documentação.

10. Plotly

Finalmente, quando se trata de criar visualizações interativas, Plotly é a biblioteca que se destaca. Nesse sentido, você deseja que o seu gráfico não seja apenas uma representação estática, mas que seu usuário possa interagir com ele, explorando os dados. Plotly é perfeito para isso.

Com ele, é possível criar dashboards interativos e gráficos que respondem às ações do usuário, fornecendo insights de uma maneira muito mais envolvente. Eu mesmo já utilizei essa biblioteca em um projeto de utilizava inteligência artificial generativa para gerar gráficos através de interfaces conversacionais, utilizando a API da OpenAI.

 

import plotly.express as px
# Criar um gráfico de dispersão interativo
df = pd.read_csv(‘dados_vendas.csv’)
fig = px.scatter(df, x=’ano’, y=’vendas’, color=’categoria’)
fig.show()

Essa capacidade interativa é importante quando queremos que o público explore os dados por conta própria, tornando as análises muito mais dinâmicas.

➡️ Link da documentação.

 

Conclusão

Por fim, o Python se destaca como uma linguagem poderosa para análise de dados principalmente por causa da diversidade de suas bibliotecas. Desde manipulação e limpeza de dados com Pandas, até visualizações interativas com Plotly, cada uma das bibliotecas mencionadas oferece ferramentas únicas que, combinadas, tornam possível resolver praticamente qualquer problema relacionado a dados.

Em minha experiência, compreender o papel e como usar essas bibliotecas faz toda a diferença para quem deseja se destacar no campo da ciência de dados. Afinal de contas, ninguém quer reinventar a roda e qualquer ajuda que gere reaproveitamento de código é útil nesse sentido.

💡
Gostou do artigo? Então deixa um comentário e compartilha nas redes sociais. Quer trocar uma ideia pelo LinkeIN? Me adiciona lá!

Categoria:

Machine Learning,

Última Atualização: novembro 12, 2024